Revista Biografia

Curtas notas biográficas de Jorge Ferrão

Natural da localidade de Iapala, distrito de Ribáuè, província de Nampula, Jorge Ferrão é pesquisador sócio-ambiental, tendo desenvolvido parte do seu trabalho académico e profissional na implementação e gestão dos parques transfronteiriços na África Austral, em particular na África do Sul, Moçambique, Zimbabwe e na Tanzânia.

Licenciado em Relações Internacionais e Diplomacia pelo Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI) em Maputo, concluiu o Mestrado em Políticas Públicas pela Universidade do Zimbabwe (SARPS) e, posteriormente, o Doutoramento na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), no Brasil.

Ao longo da sua carreira, coordenou o Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo, que integra os Parques Nacionais do Kruger (África do Sul) Limpopo (Moçambique) e Gonarezhou (Zimbabwe).

Escreveu e publicou uma tese sobre “A implementação da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) e a gestão de recursos naturais na África Austral”. Durante sete anos, Jorge Ferrão foi Reitor da Universidade Lúrio e, em 2011, assumiu o cargo de Presidente da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) e de membro do Comité Executivo da Associação das Universidades da África Austral (SARUA).

Ainda em 2011 foi designado membro da Academia de Ciências de Lisboa, na categoria de sócio correspondente da secção de humanidades. E, igualmente, membro da Academia de Ciências de Moçambique. Em 2014, foi indicado como membro do Conselho de Administração da BioFund e da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC).

Por diversas vezes, Jorge Ferrão foi distinguido como Figura do Ano na província de Nampula. Em 2012, foi reconhecido como Personalidade do ano em Moçambique pela Imprensa. Recebeu, também, distinções internacionais como líder & Inovador Ouro pela QC100 e BID, Paris, 2012. O reconhecimento derivou de trabalhos científicos que apoiam comunidades desfavorecidas, em particular as campanhas massivas de saúde visual, oral e pública que a universidade Lúrio realizou em regiões remotas de Nampula, Cabo Delgado e Niassa. A Universidade Lúrio é a terceira universidade pública moçambicana e a segunda criada no país no pós-independência (1975). Foi instituído Reitor e nessa qualidade concebeu o projecto e liderou uma equipa de docentes e discentes de Cuba, Brasil, Portugal, Colômbia, Espanha, Itália, EUA, Guiné, Ucrânia e Zimbabwe.

Em quatro anos foram estabelecidos três (3) campus universitários de raiz, para além de se incubarem empresas de prestação de serviços, sobretudo de análise laboratorial para agricultura, que formam técnicos em áreas de engenharias, ciências de saúde e medicina, ciências agrárias e biológicas. A universidade já faz parte das 300 mais importantes do continente africano e das cinco mais importantes de Moçambique.

Como pesquisador, Ferrão estagiou na Solagral-INRA, Montpellier, França, onde publicou textos sobre a gestão de recursos faunísticos na África subsahariana. Igualmente, frequentou cursos sobre OMC e cláusulas ambientais, na USP, São Paulo, Brasil, onde escreveu sobre questões africanas na Revista Carta Internacional do NUPRI.

Pela colaboração prestada aos serviços de conservação de recursos faunísticos, foi indigitado da IUCN SSC (special survival comission), para além de membro da Associação de Economia Ecológica. Colabora com Pró-Natural Internacional (França/Brasil) e com FIAS/ World Bank e IFC no desenvolvimento de propostas sobre turismo e conservação em Moçambique. Assessorou o Ministério e Ministro do Turismo e ainda o escritório do Banco Mundial, em Moçambique, na concepção e administração dos parques transfronteiriços e em projectos de investimento turísticos com participação do sector privado. Escreveu no periódico Courrier de la Planete, França, Carta Internacional da USP, São Paulo, em diferentes publicações nacionais e internacionais.

Em Moçambique, em particular, publicou diversos artigos e textos em jornais e revistas de especialidade sobre gestão de fauna selvagem e recursos florestais. Colaborou na edição de documentários de carácter social e ambiental.

Frequentou um curso de jornalismo e produção áudio-visual, tendo feito parte da primeira equipa do Canal Zero, um programa de televisão que regularmente divulgava matérias sobre a saúde, boas práticas, agricultura e assuntos ligados ao campo, em Moçambique. Canal Zero foi financiado pelas Nações Unidas.

Ainda como produtor e realizador áudio-visual, coordenou uma coligação regional de produção vídeo e áudio, no Zimbabwe, que incluía vários países da África Austral. Na qualidade de realizador foi galardoado com o Prémio Nacional de Jornalismo Áudio-visual e com o Prémio Channel Four da BBC. Como professor, leccionou a disciplina de Gestão de Recursos Naturais no curso de Mestrado em Desenvolvimento Rural, da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (UEM) e o novo Paradigma de Conservação Transfronteiriça no Mweka African College of Wildlife Management, Mweka, Tanzânia.

Luís Jorge Manuel António Ferrão nasceu a 23 de Dezembro de 1962. É filho dos enfermeiros Gonçalo António Ferrão e Rabeca Teodoro Ferrão, ambos falecidos. O poliglota é casado e pai de quatro filhos. Em Janeiro de 2015, foi nomeado para o cargo de Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano. E em Novembro de 2016, foi exonerado do cargo e nomeado, pelo Presidente da República, para a função de Reitor da Universidade Pedagógica de Maputo.

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Este texto foi elaborado ou encontrado numa fonte ligada ao biografado, podendo ter algumas adaptações da Revista Biografia.

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