Tomás Banda

Venceu o “Prémio Jovem Criativo 2021” na categoria de empreendedorismo. É das terras de Angónia, um planalto da província de Tete, situado no Centro de Moçambique. É filho do camponês William Banda e da comerciante Nólia Banda, que assegurou os seus estudos. Mas vamos por partes.

Tomás Banda nasceu a 23 de Outubro de 1988, e faz parte de um grupo de jovens que cresceu em famílias com dificuldades financeiras. Ele tem 12.ª classe, alcançada pelo esforço da sua mãe, que vendia uma diversidade de produtos, entre eles pastéis de feijão nhemba (badjias) para auxiliar o esposo nas despesas.

Um pouco de alívio veio quando Tomás conseguiu entrar na Mozambique Leaf Tabaco como trabalhador sazonal. Era colector de dados e recebia três mil meticais. Decidiu apostar na poupança para poder comprar um laptop e impressora. E conseguiu, comprando equipamentos usados.

Começou, então, com o negócio de papelaria em Outubro de 2017.

Arrancou em casa de uma senhora, em Angónia, que lhe arrenda um espaço a um preço acessível. Na sua “esquina” passou a fazer cópias, impressão e digitação de documentos. Em pouco tempo, pela forma como acarinhava as pessoas, conquistou muitos clientes, chegando a fazer cinco mil meticais por semana.

Governador da província de Tete, Domingos Viola, ao lado de Tomás Banda e demais participantes do Prémio Jovem Criativo 2021

Nos primeiros dias perdeu muito dinheiro porque as máquinas avariavam muito e tinha de chamar um técnico para reparar. Ao perceber que a manutenção estava criar-lhe prejuízos, decidiu passar a assistir o técnico para ver como ele arranjava. Depois de um ano, já dominava o assunto, e passou a fazer pessoalmente. Isso ajudou-lhe muito, porque o dinheiro que pagava pela manutenção passou a aplicar em outras coisas como trabalhadores, renda, água e energia.

Apercebendo-se que já não estava a conseguir cuidar dos clientes como antes, porque a escassez de máquinas e computadores promoviam filas, decidiu aumentar o equipamento informático. Para isso, apostou novamente na poupança e conseguiu comprar mais nove impressoras e oito computadores, para além de estar a empregar actualmente quatro jovens.

O desejo de Tomás Banda é de abrir uma serigrafia em Angónia. Para chegar lá está investir no crescimento do seu negócio para, por meio dele, avançar para este sonho.