Dércio Mhula
Tem 15 anos como jogador de basquetebol. É um dos atletas que resulta de uma diversidade de actividades realizadas há anos ao nível das camadas de formação de basquetebol na província e cidade de Maputo. Dércio Mhula é o seu nome e, actualmente, é jogador do Costa do Sol, tendo já representado o Ferroviário de Maputo, A Politécnica, e Desportivo Maputo, para além de constar nas convocatórias da Selecção Nacional.
A sua história no basquetebol começou quando, um dia, regressando da escola, na Matola, Sílvio Neves abordou-lhe e pediu que conversasse com ele e o seu encarregado de educação no fim-de-semana.
Ainda era muito novo, na altura. Tinha 14 anos de idade. Depois de conversar com o seu pai, numa terça-feira, disponibilizou-se a ir. Depois do diálogo, no sábado, começou a ficar interessado pela ideia de ser jogador de basquetebol. No mês seguinte, iniciou os treinos no Desportivo Maputo. Foi integrado nos juvenis, um grupo liderado pelo “coach” Celso.
As coisas não correram bem e Dado, como também é conhecido, desistiu em 2007. Ele não se sentia à-vontade, e acredita, também, que não teve espírito de batalha e luta de conquistar.
Dércio terminou o ensino primário em 2007, e em 2008 começou a frequentar a Escola Secundária da Matola. E quando estava na 9.ª classe, Leonel Manhique e “coach” Macuácua “recrutaram-lhe” para representar a escola no evento “BasqueteShow”, torneio de basquetebol juvenil que envolvia escolas secundárias das província e cidade de Maputo.
A Escola Secundária da Matola foi campeã naquele ano. E aquele foi o início de uma vontade suprema de voltar a jogar basquetebol. O técnico Leonel Manhique convidou a ele e outros integrantes da equipa vencedora do “BasqueteShow” para fazer parte da equipa do Matolinhas, em Janeiro de 2009, e participaram no campeonato de juniores.
Depois da sua participação na competição, juntou-se ao Desportivo Maputo, onde esteve por pouco tempo, e regressou ao Matolinhas para participar no campeonato de juniores de 2010. De seguida, foi para A Politécnica, onde foi bicampeão ao nível dos juniores, 2012 e 2013.
Veio, no ano seguinte, a ascensão para os seniores e também beneficiou de uma bolsa de estudo oferecida a um grupo de atletas, tendo, deste modo, frequentado a Universidade A Politécnica, enquanto praticava basquetebol.
Há que referir que conciliar os estudos e basquetebol profissional requer muito esforço. É que depois de praticar uma actividade física, a vontade que vem à seguir é descansar. Portanto, não é assim tão fácil recuperar as forças, tão rápido para pegar caderno. Contudo, Dércio tem conseguido conciliar e está a cursar Licenciatura em Direito e, actualmente, está a concluir a etapa de defesa. Ele consegue porque tem acompanhamento dos seus pais que sempre estão por perto. Quando perde o equilíbrio, os pais fazem pressão.
Aliás, quando é convidado a aconselhar as crianças que desejam ser atletas tem recomendado os pais a estarem por perto para ajudarem seus filhos a distinguirem o bem e o mal, optando sempre por reter e caminhar no bem.
Mhula acredita, ainda, que ter talento não é suficiente. Ele acredita que é necessário que o talento seja acompanhado por disciplina e saber adaptar-se às condições que o país oferece para a prática do basquetebol.
Em termos de projectos, deseja ser campeão pelo Costa do Sol; participar na colocação da Selecção Nacional em patamares mais altos que os actuais; e ser advogado após concluir seus estudos.